O mercado de café no Brasil está em constante expansão, refletido pelo crescente número de cafeterias de rua e prateleiras repletas de diversas marcas de café nos supermercados. A busca por novas experiências sensoriais levou muitos a explorar diferentes rótulos de café disponíveis.
Com o objetivo de ajudar aqueles que desejam explorar novas opções, o Jornal Folha de São Paulo realizou uma degustação às cegas de diversas marcas de café moído disponíveis no mercado, com a avaliação de seus atributos.
Esta análise minuciosa faz parte da seção de avaliações denominada Folha Prova, que tem como objetivo fornecer aos leitores um guia prático de compra e uso. As marcas de café avaliadas foram adquiridas nas unidades do Pão de Açúcar e do Carrefour nos Jardins, em São Paulo, mas podem ser encontradas em aplicativos e lojas online que oferecem entrega em todo o país.
Inicialmente, uma lista composta por 12 marcas que se identificam como “especiais,” “gourmet” ou de “qualidade superior” foi montada. A avaliação dos rótulos, cujos preços variam de R$ 17 a R$ 29, foi realizada no renomado Coffee Lab, com a supervisão de baristas da cafeteria localizada na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, utilizando o suporte Melitta, amplamente utilizado para a preparação de café caseiro.
Aqui estão as análises das nove marcas mais bem avaliadas:
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Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba (MG)
Com notas doces que evocam o sabor de pudim, um corpo de intensidade moderada e acidez média, o Nescafé Origens do Brasil recebeu elogios pela sua qualidade. No entanto, foi observado um ligeiro amargor inesperado.
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Orfeu Cafés Especiais Orgânico – Fazendas Sertãozinho Sul de Minas e Mogiana
Este café orgânico impressionou com camadas de aromas distintos, incluindo castanhas, frutas e aromas florais de lavanda e jasmim. No entanto, a complexidade da bebida foi acompanhada por um sabor defumado indesejado.
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Três Corações Gourmet – Mogiana Paulista
Reconhecido por sua qualidade, este café foi elogiado por sua doçura sutil que lembra agave. No entanto, observou-se que uma torra mais desenvolvida poderia resultar em um sabor ainda mais doce.
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Café do Centro – Sul de Minas Gourmet
Com um sabor doce suave e uma ausência de amargor intenso, este café foi elogiado por sua acidez equilibrada e seus aromas que remetem a compostos doces. No entanto, a expressão geral do café foi considerada ligeiramente apagada.
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L’Or – Mogiana Gourmet
Apesar de apresentar uma acidez desejável e um corpo satisfatório, o café L’Or também foi notado por uma sensação de adstringência que lembra um azedinho de morango ou framboesa.
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Melitta – Regiões Brasileiras – Sul de Minas Gourmet
Este café foi caracterizado por uma nota amadeirada que não foi bem recebida pelos degustadores, bem como uma falta de doçura. A acidez era perceptível, mas acompanhada por amargor e adstringência.
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Baggio Café – Gourmet bourbon – Sul de Minas e Alta Mogiana
Este café recebeu elogios por não apresentar problemas graves e por seu amargor leve. Foi destacada uma acidez positiva, mas sem a presença de doçura, resultando em uma sensação de secura na boca.
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Pilão Cafeteria Coado a Vácuo – Qualidade superior
Este café foi caracterizado por um corpo leve e pela ausência de acidez. O amargor típico da categoria superior foi percebido, bem como notas de nibs de cacau, embora tenha sido observada uma expressão aromática limitada.
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Café do Ponto Safra Especial – Qualidade superior
Considerado de qualidade superior, este café foi elogiado pela degustadora de cafézinhos Aline Mesquita, que destacou sua entrega notável, caracterizada por um equilíbrio entre amargor e doçura. Não foram observados defeitos na bebida.